
Redimidas e perdoadas
Assim como Adão e Eva, também temos, não poucas vezes, a síndrome do “esconde-esconde” (Gn 3.8-19). Basta uma infração cometida que o desejo repentino é de se esconder do Criador e da sua presença, pois não nos achamos dignas o suficiente de nos achegarmos a Ele.
O curioso é que Jesus nunca nos pediu isso. A nossa reação ao fazermos isso nada mais é que a consequência da vergonha que sentimos ao desonrar ao Senhor e a sua Palavra. Sabemos que não foi agradável, por isso o Espírito Santo toca profundamente a nossa alma nos alertando. Mas ainda assim, esconder ou fugir diante de uma situação desagradável não é a atitude correta a se tomar.
E por que não? Afinal, “desonramos o Criador” – você pode questionar. Mas a resposta que te dou é simples: porque fomos redimidas pelo seu sangue. Na prática, a morte de Jesus na cruz nos livrou de toda a culpa que poderíamos sentir diante das atitudes erradas que cometemos na caminhada. Não tem como não falar disso com lágrimas nos olhos.
A morte de Jesus foi um ato de expiação pelos pecados da humanidade. Em termos práticos, isso significa que a culpa e o peso das nossas ações erradas foram assumidos por Ele. A partir do momento em que Jesus entregou Sua vida, essa dívida foi paga, e a humanidade foi oferecida uma nova oportunidade de se reconciliar com Deus. A sensação de culpa que antes parecia esmagadora é substituída pela paz e pela certeza de que a dívida foi quitada. É como se um fardo pesado fosse retirado dos ombros, permitindo uma nova vida em harmonia com Deus.
Ah, é bom ressaltar que isso não é um passe livre para fazer o que quiser já que “haverá o perdão disponível”. Não! O apóstolo Paulo diz em Romanos 6.1: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum!” Precisamos ter consciência e responsabilidade com a Palavra que proclamamos. A vida cristã nos leva a um nível de maturidade importante e necessário.
Agora, é fundamental que saibamos que, se por acaso o deslize vier, existe um Pai desejando nos conceder o seu perdão, que já foi manifestado através de uma dolorosa morte na cruz.
Deus, sabendo que jamais conseguiríamos nos justificar sozinhas – e que viveríamos em profunda escuridão por isso – nos deu um filho que carregou sobre si as nossas iniquidades e nos sarou de tudo que, pela raiz, nós somos – pecadoras necessitadas da graça de Deus.
Lembra da parábola do filho pródigo, contada por Jesus no Evangelho de Lucas? O cuidado e amor de seu pai são manifestados mesmo após a atitude de desobediência e afastamento do filho. Enquanto ele ainda estava longe, seu pai correu em sua direção e o recebeu de braços abertos (Lucas 15:20).
Essa foi a forma poderosa de o Senhor demonstrar o seu amor incondicional por nós. Assim como o pai recebeu seu filho de volta com alegria, o Senhor nos acolhe com amor e misericórdia.
“O Senhor não nos trata conforme os nossos pecados nem nos retribui conforme as nossas iniquidades. Como os céus se elevam acima da terra, assim é grande o seu amor para com os que o temem; como o oriente está longe do ocidente, assim ele afasta para longe de nós as nossas transgressões.” (Salmos 103.10-12 NVI)
Não se afaste do Criador. Antes, volte-se a Ele com profundo arrependimento e pedindo uma nova rota na sua vida, de acordo com os propósitos que Ele tem para você. Levante-se e caminhe mais uma milha dependendo exclusivamente da graça dEle e não das suas forças.
Você já foi redimida e perdoada. Não há mais condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus! (Rm 8.1)

Mayara Hoffmann
Jornalista;
Profª da Escola Bíblica Dominical;
Palestrante