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Na relação de virtudes provenientes do Espírito retratadas na Epístola de Paulo aos Gálatas, cap. 5:22, encontramos a “temperança” ou “domínio próprio”, essencial para como bons mordomos de Deus, administrarmos todos os aspectos da vida.

Essa virtude do fruto do espírito, estabelece limites norteadores às nossas decisões, desejos e pensamentos, trazendo equilíbrio às nossas ações, seja ao comermos, bebermos, vestirmos, falarmos, ouvirmos, etc.

A vida de um cristão guiado pelo Espírito Santo desenvolve a capacidade de frutificar. A partir dessa ação divina passamos a produzir disciplina e moderação, tendo assim firmeza para saber quando dizer “não” a desejos e inclinações carnais.

Não temos como falar de “domínio próprio” sem nos referirmos à capacidade de controlar e regular as próprias emoções. Temos como exemplo as crianças em fase escolar que enfrentam situações conflitantes, como terminar a lição de casa antes de brincar ou comer uma guloseima ao invés de esperar para ter uma refeição saudável.

Ao tomar tais decisões, elas precisam conciliar o conflito entre escolhas disponíveis, mas que se opõem no contexto de um conjunto de expectativas e regras, bem como controlar os impulsos para a gratificação imediata em benefício de uma escolha que é menos imediata.

Para que as crianças desenvolvam habilidades de regulação comportamental e emocional, elas contam com a educação proporcionada pelos pais e educadores, que as guiam, orientam e direcionam.

Esse processo de aprendizagem é fundamental para aprenderem a lidar com suas emoções, a controlar impulsos e a adotar comportamentos adequados em diferentes situações.

Da mesma forma, nós que já passamos pela conversão e somos habitação do Espírito Santo, precisamos permitir que Ele desenvolva em nós um caráter conforme a imagem de Cristo. O domínio próprio deve nos capacitar a deixar de lado a gratificação instantânea oferecida pelo mundo, enquanto o autocontrole nos liberta de focarmos apenas no presente e na satisfação momentânea. Assim, passamos a olhar para o futuro e para a plena satisfação que teremos em Cristo.

Não há como vivermos para nós e nossas inclinações. Precisamos viver para Deus, afinal, como o próprio apóstolo Paulo declara no versículo 20 do mesmo capítulo: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.”

O domínio próprio, como parte do fruto do Espírito, é uma virtude essencial para todos os que buscam viver uma vida conforme os ensinamentos de Cristo.

Ele nos capacita a resistir às tentações, a agir com sabedoria e a manter um comportamento que glorifica a Deus. Através da oração, estudo da Palavra e dependência do Espírito Santo, podemos desenvolver essa qualidade e viver de maneira plena e equilibrada, refletindo o caráter de Cristo em nossas ações e decisões diárias.

O domínio próprio é, portanto, uma jornada contínua de crescimento espiritual que resulta em uma vida de paz, justiça e equilíbrio. Ao permitirmos que o Espírito Santo governe nossas vidas, podemos experimentar o poder transformador  de Deus e frutificando nos tornarmos instrumentos de bênção para os outros e para o Reino de Deus.