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Impedimentos da oração eficaz: Orgulho e soberba

Impedimentos da oração eficaz: Orgulho e soberba

Tiago 4:6b,7 “…Portanto, diz: Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes. Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” ARC
Tiago 4:16 “No entanto, vocês se orgulham das suas pretensões. Todo orgulho como esse é maligno.” NVI

A oração é o verdadeiro indicador de poder espiritual. Nesse artigo vamos aprender juntas como existem impedimentos desse verdadeiro poder espiritual atuar em nossas vidas.

Orgulho – definição conforme o dicionário: autoestima razoável ou confiança e satisfação em si mesmo. Conceito exagerado que alguém faz de si próprio, vaidade, soberba, altivez.

Soberba – elevação, presunção, aquele que se acha superior e melhor que os demais, orgulhoso.​​
Em termos espirituais orgulho e soberba são a ilusão que o ser humano tem a capacidade para dirigir a vida sem Deus, que o “eu” pode dar valor e propósito a vida. Ele se alimenta do próprio ego, dons e talentos, cultua a si mesmo. É também a independência de Deus, a pessoa que vive a parte de Deus, que acredita não precisar das suas diretrizes, do seu cuidado, proteção e salvação.

Diante disso, reconhecemos que o orgulho e soberba são os impeditivos do poder de Deus se manifestar em nossas vidas. O orgulho é o pecado mais antigo da história, a essência está dentro de nós, faz parte da constituição humana e o único que tem poder para abater é o Senhor.

Contextualizando a carta de Tiago, especialmente o capítulo 1, é possível entender os impedimentos da oração eficaz quando ele deixa bem claro que o problema é o que está dentro de nós e não fora.

Os estudiosos afirmam que a geração pós moderna está fundamentada no hedonismo, buscando prazer sem limites e esses prazeres militam na carne, é uma guerra constante entre carne e espírito.

Tiago escreve que Deus resiste aos soberbos e dá graça aos humildes. O soberbo, orgulhoso tem sede de poder, de ser visto, valorizado, de se achar forte, sábio, de falar mal dos outros, de julgar o próximo, de querer ter as bênçãos, a provisão enquanto o humilde sabe que ele fraco, débil, falho, necessita do provedor e não da provisão, do abençoador e não da bênção, que é totalmente dependente do Senhor…ahhhh e se não fosse o Senhor!

C.S. Lewis ressalta que o orgulho é competitivo por definição. Competitividade é o que se acha no âmago do orgulho. “O orgulho não se satisfaz em ter uma coisa, mas em tê-la em quantidade maior do que os outros. Dizemos que as pessoas se orgulham de ser ricas, espertas, bonitas, mas isso não é verdade. Elas têm orgulho de ser “mais” ricas, “mais” espertas ou “mais bonitas” que os outros. Se todos fossem igualmente ricos, ou inteligentes, ou bonitos, não existiria motivo de orgulho.”

Timothy Keller menciona o que o apóstolo Paulo na carta de 1° Timóteo, diz: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Ele não diz eu “era” o principal, mas eu “sou” o principal. Resumindo: “eu sou o pior deles”. Isso foge às nossas categorias. Não estamos acostumados a pessoas tão confiantes que afirmam serem as piores pessoas deste mundo.

A graça de Deus é abrangente a todos, Jesus veio para salvar a humanidade perdida e restabelecer o elo com Deus, Ele dá graça aos humildes conforme relata Tiago. É propósito do Senhor que seus filhos sejam humildes e se aproximem dele em oração e prova disso são as inúmeras vezes que as escrituras relatam a esse respeito.

A humildade é uma “conditio sine qua non” é a condição sem a qual não podemos nos considerar cristãos, filhos de Deus e que nossas orações sejam atendidas, de fato, a falta de humildade é o impedimento da oração eficaz.

Timothy Keller afirma que a essência da humildade resultante do evangelho não é pensar em mim mesmo como se eu fosse mais nem pensar em mim mesmo como se eu fosse menos; é pensar menos em si mesmo. A humildade do evangelho mata a necessidade que tenho de pensar em mim, não preciso mais ligar as coisas à minha pessoa.

A pessoa verdadeiramente humilde não é aquela que se odeia ou se ama, e sim a que tem a humildade do evangelho. É uma pessoa que se esquece de si mesma, não se sente ferida, não fica mal quando criticada. E por fim, como Deus me ama e me aceita, não preciso fazer as coisas apenas para melhorar o currículo. Não tenho de fazer as coisas para parecer bom, faço-as pela alegria de realizá-las.

Da mesma forma que Paulo, podemos afirmar: “Não me importo com o que vocês pensam, tampouco com o que eu mesmo penso. Só me interessa o que o Senhor pensa. E o Senhor afirmou: “Portanto, agora já não há condenação alguma para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8:1) e “Tu és o meu Filho amado; em ti me agrado” (Marcos 1:11)

“Portanto, ninguém se glorie em homens; porque todas as coisas são de vocês, seja Paulo, seja Apolo, seja Pedro, seja o mundo, a vida, a morte, o presente ou o futuro; tudo é de vocês, e vocês são de Cristo, e Cristo, de Deus.
Portanto, que todos nos considerem como servos de Cristo e encarregados dos mistérios de Deus. O que se requer destes encarregados é que sejam fiéis. Pouco me importa ser julgado por vocês ou por qualquer tribunal humano; de fato, nem eu julgo a mim mesmo. Embora em nada minha consciência me acuse, nem por isso justifico a mim mesmo; o Senhor é quem me julga.

Portanto, não julguem nada antes da hora devida; esperem até que o Senhor venha. Ele trará à luz o que está oculto nas trevas e manifestará as intenções dos corações. Nessa ocasião, cada um receberá de Deus a sua aprovação. Irmãos, apliquei essas coisas a mim e a Apolo por amor a vocês, para que aprendam de nós o que significa: “Não ultrapassem o que está escrito”. Assim, ninguém se orgulhe a favor de um homem em detrimento de outro. Pois, quem torna você diferente de qualquer outra pessoa? O que você tem que não tenha recebido? E se o recebeu, por que se orgulha, como se assim não fosse?” 1 Coríntios 3:21 – 4:7

Finalizando, nos humilhamos diante do Senhor reconhecendo que somos um poço de orgulho e soberba e o único que pode abater tudo isso em nós é o Senhor. “Nos ajude a resistir, vencer, temer a Ti, praticar a Tua vontade, replicar a Tua bondade e misericórdia com as pessoas ao nosso redor. Abate o nosso “eu”, cresça o Senhor, para que deste modo, nossas orações cheguem diante do Teu trono de glória e possas atendê-las.”

Por,

Karina Bittencourt
Bacharel em Teologia;
Pós-graduada em Direito e Gestão Notarial e Registral
Dirigente do Círculo de Oração do Templo Sede IEADJO
Discipuladora