
A PATERNIDADE DE DEUS
Pois vocês (…) receberam o Espírito que os torna filhos por adoção, por meio do qual clamamos: “Aba, Pai” (Romanos 8:15)
A paternidade de Deus é apresentada na Bíblia do começo ao fim, razão pela qual é um dos temas mais relevantes para nossa vida espiritual, surgindo em nós muitas reflexões. Nesse sentido, importa compreendermos que, muito embora a todos é oportunizado se tornar filhos de Deus, nem todos são filhos de Deus, pois “Ele veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome” (João 1:11-12).
O texto fala de Jesus, que Ele veio para os que eram seus, e afirma que seu povo não o recebeu. Importante refletir sobre o significado de receber ou não a pessoa do Senhor Jesus. Pois àquele que recebe Jesus Cristo e crê no Seu Nome, recebe o direito de ser chamado(a) “filho(a) de Deus”, consequentemente tem acesso às benesses de Sua Paternidade.
Que revelação maravilhosa essa, saber que temos um Deus que anseia que desfrutemos de sua paternidade e por isso nos deu livre acesso a ela por meio de Seu Filho Primogênito e Único. Sim, Jesus veio para os seus, mas como eles não o receberam, então foi enviado a todos, independentemente de classe social, raça, cor, cultura, podendo se tornarem filhos de Deus. Deus é um Pai amoroso, que “amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para todo àquele que Nele crê, não pereça, mas tenha a vida Eterna” (João 3:16). Sim, Jesus era o único e o primogênito filho de Deus, e quando o texto afirma que Deus enviou Seu Filho Unigênito, era porque não havia outro filho.
É importante compreendermos que Jesus é a porta que nos dá acesso a paternidade de Deus, pois sendo filhos recebemos uma nova identidade. Ao recebermos Jesus nascemos novamente, não biologicamente, mas espiritualmente. Jesus era mestre e ensinava as questões espirituais, esclareceu isso a Nicodemos: “Digo a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo” (João 3:3). Nascer de novo, é como receber uma outra certidão de nascimento, a espiritual, e nela está escrito na parte da filiação: o nome de Deus. Um presente glorioso da paternidade de Deus!
Outro presente dessa paternidade é que ao nascer espiritualmente, através de Jesus Cristo, recebemos as características de Deus, que imprimem em nós a certeza da salvação. Explico: Quando nascemos biologicamente, alguém faz um exame de DNA em nós e encontra traços genéticos de nosso pai em nós. Da mesma forma, quando nascemos espiritualmente, recebemos traços genéticos de nosso Pai que está no Céu. Uma carga genética com os atributos de Deus é posta em nós e começamos a nos tornar parecidos com nosso Pai celestial. Jesus dizia “Eu e o Pai somos um” (João 10:30), pois evidenciava as características do Pai.
Ao recebermos Jesus passamos a ser considerados pequenos cristos. Isso é profundo porque, não somos pequenos cristos (cristãos) só porque seguimos os passos de Jesus, mas porque O recebemos. E consequentemente recebemos uma nova carga genética, uma nova certidão de nascimento (nova identidade) e passamos a ter o direito de usufruir dos benefícios da paternidade de Deus. Que benefícios são esses?
Recebendo Jesus, recebemos a essência genética de Nosso Pai Celestial; Passamos a fazer parte da família de Deus, deixando de sermos órfãos espirituais; Possuímos o DNA de Deus pulsando nas nossas veias, alma e pensamentos; e passamos a ter livre acesso à Deus. E esses são alguns dos benefícios dos filhos e filhas de Deus.
A paternidade de Deus é abundante, pois Deus anseia que desfrutemos de sua presença incansavelmente. Jesus, o filho primogênito de Deus, habitualmente se retirava para conversar com o Pai. E nós como pequenos cristos, filhos e filhas de Deus que nascemos depois de Jesus, por recebe-lo, devemos seguir seu exemplo. Devemos desfrutar da presença paterna, acolhedora, amável, protetora e provisora de Deus, que é Pai amoroso e anseia receber seus filhos, a qualquer hora, ouvi-los, acolhe-los e auxiliá-los em tudo.
O Apóstolo Paulo e diversos outros filhos de Deus descritos na Bíblia sagrada se referem a Deus como Pai, eles aprenderam a desfrutar da paternidade de Deus, e em suas orações se referiam a Deus como Pai: “Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai” (Efésios 3:14). Nesse texto Paulo descreve Deus como Pai, convicto de que podia abrir seu coração e pedir qualquer coisa. Devemos fazer o mesmo!
Pedir qualquer coisa em nome de Jesus também é um benefício da paternidade de Deus. Jesus ensinou “tudo o que pedirdes em meu nome o Pai vos concederá” (João 16:23). Isso significa que é um privilégio dado aos filhos (as) de Deus.
Importa esclarecer que a Paternidade de Deus supera as necessidades dessa vida terrena. Em Romanos 8:17 – 18 lemos: “Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória.” Os benefícios da paternidade alcançam a Gloria de Deus que nos será revelada. Possibilita que os filhos de Deus sejam seus herdeiros. Que recebam uma herança celestial com a possibilidade de morarem em uma mansão celestial contemplando a face adorada de Deus. O próprio Jesus afirmou: “Não se turbe o vosso coração, crede em Deus e também em mim, a casa de meu Pai há muitas moradas” (João 14).
Que maravilha é ser filho de Deus e desfrutar de sua paternidade. Jesus ensinou seus discípulos uma oração que transmite a plena paternidade de Deus: A oração do Pai Nosso (Mateus 6:9-13). Pode ser que seu coração se turbou, ou se chateou com algo. Pode ser que sua referência paterna na terra não foi um verdadeiro reflexo da paternidade celestial. Contudo, na Bíblia Sagrada há uma garantia eterna de que o Pai Celestial jamais te abandonará (Isaias 49-5), Ele cuidará de você (Salmos 27:10). Fale com o Pai, sobre isso. Ele deseja ter relacionamento com você como Pai e filho (a), pelo qual clame: Aba, Pai!
Por fim, destaco que escreveríamos milhares de páginas e ainda assim não concluiríamos esse estudo devido a sua imensa profundidade. Por esta causa, oro à Deus pedindo que, se você ainda não O recebeu, que sinta a certeza de que é a melhor decisão de sua vida e compreenda as benesses em ser filho e filha amada de Deus. E se é filha ou filho, mas não sente a paternidade de Deus de pertinho, oro para que comeces a desfrutar Dela a partir de hoje. Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai!

Dra. Lucieny Magalhães
Advogada inscrita na OAB/SC subseção Joinville;
Professora na faculdade de direito e nos cursos Preciosas e CCOM;
Coordenadora do Centro de Referência e Núcleo de Extensão Maria da Penha em Joinville;
Membro do Templo Sede IEADJO/SC.