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Aqueles que têm um primeiro contato com a admirável história de Ester podem até confundir com uma “história de contos de fadas”, daquelas que crescemos ouvindo. “Era uma vez uma jovem órfã, de um povo estrangeiro, que entre muitas outras jovens bonitas do reinado, foi a escolhida para se tornar rainha”. Uma história bonita, mas que ao ser resumida dessa maneira, corremos o risco de deixar passar questões importantes que realmente a levaram ao trono.

No decorrer dos acontecimentos de sua vida, ela precisou vencer muitas coisas para alcançar os lugares que Deus tinha preparado para ela. Desde muito cedo, ela teve que enfrentar a grande dor de ser uma menina órfã. A Bíblia não menciona de que maneira foi essa perda, mas sabemos que é sempre muito difícil o fato de crescer sem os pais. É possível imaginar também a dificuldade de ser uma estrangeira vivendo no meio de costumes que não lhe eram familiares, e ainda ter que conviver com a hostilidade daquele lugar.

O que podemos perceber é que, apesar dessas dificuldades, Ester se mostrava uma moça obediente e de fácil trato. As dores que ela tinha vivido não a tornaram dura ou ressentida com a vida. Com suas atitudes, ela vai se mostrando alguém que soube aproveitar as boas oportunidades. Vemos essa boa atitude quando constantemente ela recorre e acata os conselhos do parente que ficou responsável pela sua criação. Ela ouve as instruções de Mardoqueu e segue seus direcionamentos, isso acontece porque provavelmente seu coração era grato àquele que cuidou dela, entendendo que ele foi um instrumento de Deus, designado para essa missão.

Quando chega ao palácio para a grande “competição de beleza” que levaria uma das moças das províncias a se tornar rainha, ela novamente busca bons conselhos, dessa vez com Hegai, o responsável pela preparação dessas moças. Logo que chega, já acha graça aos olhos dele, e alcança então alguns privilégios, mas não foi por isso que ela achou que já seria a escolhida. Ela passa por todo o tempo de preparação sempre atenta às instruções que precisava seguir. Com isso, ela nos ensina que quanto maior o propósito de Deus para nossas vidas, melhor precisamos nos preparar.

Outra coisa que chama atenção na trajetória de Ester é a declaração de que ela causava boa impressão a todos que a viam. Isso significa que não era apenas a beleza dela que fazia a diferença, mas acima de tudo a maneira como se comportava. Afinal, não é fácil causar boa impressão a todos, vivendo num ambiente de competitividade. Isso quer dizer que mesmo aquelas que almejavam a mesma posição não conseguiam enxergá-la como rival, mas como alguém de agradável convivência. Imagine quanta amabilidade ela demonstrava para achar graça aos olhos de todos, essa é uma característica de quem conhece a Deus.

Não poderia ser diferente, o Rei se encanta com esse conjunto que Ester representa: uma jovem forjada pela vida, que demonstrava a força de uma rainha, de uma beleza estonteante e de um comportamento encantador. Ela é a escolhida.

Ao se tornar rainha, não esquece sua origem e começa a perceber que Deus a tinha feito chegar nessa posição por um propósito maior do que apenas carregar uma coroa. Alguém estava conspirando contra seu povo, com o objetivo de matar a todos. Essa notícia chega a ela junto com um alerta: Esse é o tempo! Entendendo a urgência, não se manteve de braços cruzados, sabia que precisava agir e a primeira atitude foi convocar um jejum, manifestando assim a grande importância que dava ao Deus vivo e quanto dependia do Seu favor.

Com coragem, formula um plano, mesmo sabendo que esse plano poderia lhe custar a vida. Com ousadia, ela apresenta seu pedido ao Rei, que prontamente lhe atendeu. Vemos então a orientação divina direcionando cada ação de Ester e o resultado foi que a lei que traria morte foi reescrita, aquele que queria o mal do povo tem um fim trágico, e a menina órfã vira heroína de povo.

Ester teve uma caminhada de coragem, fé e determinação. Através disso, Deus usou sua vida de forma maravilhosa, e até hoje é fonte de inspiração para todas nós.