
Aprendendo com Rebeca: Exemplo de esposa e mãe
Por mais que a história de Rebeca comece com o relato maravilhoso de seu casamento, essa não é só uma história de amor, trata-se da atenção de Deus em cada detalhe e a construção dessa história com muito carinho. Rebeca teve um casamento perfeito, um casamento segundo o coração de Deus. (cf. Gn. 24).
A história de Rebeca é marcada por duas fases: Rebeca esposa – o casamento e dedicação ao lar; Rebeca mãe – o desafio em dobro.
Neste artigo, você aprenderá lições valiosas que lhe ajudarão a compreender o plano de Deus, a partir da história e o legado desta matriarca da bíblia sagrada.
Rebeca, a esposa
A missão dada por Abraão a seu servo Eliezer não era fácil. Este por sua vez, sabendo disso, toma uma decisão assertiva: ele ora a Deus. Sem dúvida, essa foi a atitude determinante para o sucesso nesse empreendimento. (cf. Gênesis 24: 11-12).
Rebeca é retratada na bíblia como pura e bela, uma moça gentil, prestativa, trabalhadora e hospitaleira. Fazendo jus a essas qualidades, Rebeca trata com muita generosidade Eliezer e sua caravana. Ela faz além do que lhe é pedido:
Então o servo correu ao encontro dela e disse: — Peço que me deixe beber um pouco da água do seu cântaro. Ela respondeu: — Beba, meu senhor. E prontamente, baixando o cântaro para a mão, deu-lhe de beber. Depois de lhe dar de beber, disse: — Vou tirar água também para os seus camelos, até que todos bebam. (Gn 24:17-19).
Que tarefa árdua e cansativa foi esta de Rebeca, dar água para dez camelos! Considerando que um camelo bebe cerca de 100 litros de água de uma só vez, o esforço dela não foi pequeno. Para fazer esta tarefa ela precisaria ir muitas vezes ao poço, mas ela o fez sem reclamar, demonstrando alegria em ajudar.
Rebeca realmente fez um sacrifício para ajudar um estranho. Mal sabia ela que aquela ação mudaria sua história, abrindo as portas para um futuro surpreendente.
Rebeca foi escolhida por sua forma de agir, ela era trabalhadora, uma mulher que enxergava além do que se via. Era hospitaleira, uma pessoa acolhedora e de fácil relacionamento. Rebeca foi escolhida, não só por sua beleza, mas por sua prestatividade.
Rebeca fazia as tarefas de casa. Em sua época, era responsabilidade da mulher transportar a água. Não diferente de nossos dias, também temos a responsabilidade de manter a casa em ordem: arrumar, limpar, cozinhar, lavar, passar e funções diversas da rotina do lar. Mesmo com facilidades ao nosso dispor (máquinas de lavar, micro-ondas, forno elétrico, etc.), nada funciona sozinho, tudo precisa da atenção da mulher (esposa).
Quem sabe em sua percepção, você seja “apenas uma dona de casa” que “cuida do marido e filhos” e “não tem uma ‘profissão importante’ ou ‘lugar de destaque na sociedade’”.
Minha irmã, saiba que essas são mentiras que nosso adversário quer que acreditemos. Talvez, aos seus olhos, as tarefas ordinárias (arrumar a casa), são monótonas e sem prestígio, um loop sem fim. Porém, isso não é verdade. A verdade é que, mesmo que você fique somente em seu lar, cuidando da família, isso é grandioso aos olhos do Senhor. (Pv. 14:1a).
Ao trabalhar, Rebeca era observada e suas ações não eram em vão.
O homem a observava, em silêncio, atentamente, para saber se o Senhor teria levado a bom termo a sua jornada ou não. (Gn. 24:21).
O trabalho de Rebeca foi resposta de oração. Quem sabe para você é apenas mais um prato de comida posto à mesa, mas para Deus é a atitude de uma construtora de pontes.
Rebeca, a mãe
Após 20 anos de esterilidade, Rebeca gera dois filhos, Esaú e Jacó. O relato bíblico (Gênesis 25:21-24), destaca que ainda no ventre havia grande disputa entre esses que seriam duas nações. A bíblia diz que Deus revela o propósito dEle para os gêmeos.
Com Rebeca aprendemos a seguinte lição: ao perceber-se confusa, ela pede orientação a Deus e Ele a responde. (cf. Gn. 25:22). Mas isso não acontece em outros momentos decisivos de sua vida o que nos traz o entendimento de que sempre precisamos recorrer aos conselhos divinos e não as vezes.
Foi nesta fase que a bíblia relata um deslize de Rebeca na administração de sua casa, por ter, a exemplo de seu marido, preferência por um de seus filhos.
A segunda lição que aprendemos são as consequências da predileção. O texto sagrado deixa claro o tropeço dos pais em relação a educação dos filhos. (cf. Gn. 25:28). Quando há preferência ou olhar de misericórdia mais para um que para outro, incorre-se no erro de alimentar a competição em vários níveis: amor, atenção, dedicação e etc.
Precisamos entender que os filhos são herança do Senhor, presentes dEle para nós. Portanto, devemos amar nossos filhos com equidade, respeitando a individualidade, entendendo que cada um tem uma personalidade. Nossa responsabilidade como pais é ensinar no caminho, dando senso de direção e mostrando aos filhos o plano de Deus para suas vidas.

Simone Alves Nunes Ferreira
Serva de Cristo, Esposa de pastor, Pedagoga, pós-graduada em Séries Iniciais e Educação Infantil com ênfase em Jogos e Brincadeiras Pedagógicas, pós-graduanda em Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional.