
Aprendendo com Rute: lealdade, dedicação e fidelidade
O livro de Rute é um dos mais belos romances na Bíblia. Ele relata as virtudes belas de uma mulher moabita, como sua lealdade, dedicação e fidelidade à sua sogra e a Deus.
Como diz o teólogo Antônio Neves de Mesquita, neste livro encontramos vários cenários de dramas vividos por seus personagens, como problemas relacionados à crise financeira, imigração, doença, morte, viuvez, pobreza e amargura contra Deus. Mas também encontramos lindas lições de vida, como a força da amizade, a beleza da providência e a recompensa da virtude.
Mesmo sendo uma época em que a sociedade era dominada pelos homens, as personagens centrais desse romance são duas mulheres que deixam um cenário de dor, luto e miséria para, através da fé no Deus de Israel, tornarem-se verdadeiras heroínas!
Quando o sogro e o marido de Rute morrem, ela tem a chance de retornar à sua antiga família e, consequentemente, à sua antiga religião. A nora está diante de sua sogra e tem que tomar a seguinte decisão: retornar para o seu povo ou partir com Noemi, que durante anos certamente testemunhou sua fé no único e verdadeiro Deus. Mesmo que sua sogra insistisse para ela retornar – por não poder lhe oferecer nenhuma perspectiva de vida – ela escolheu ficar com Noemi.
Rute faz então uma das mais belas declarações de amor da Bíblia. Mesmo não se tratando do amor entre um homem e uma mulher, é citada em muitas cerimônias de casamento nos dias atuais: “Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus.” (Rute 1.16-17)
Quando retornam de Moabe para Belém, Rute vê a mão divina “orquestrando” todas as coisas para que ela e sua sogra obtenham recursos para a sobrevivência da família. Mesmo Deus concedendo seu grande favor, Rute nos dá um grande exemplo de dedicação, trabalhando arduamente nos campos durante as colheitas. Ela nos ensina que as bênçãos alcançam aqueles que estão em movimento! Não podemos ficar sentadas lamentando porque a vida não está favorável, mas devemos “arregaçar as mangas” e dar o nosso melhor com aquilo que nos vem às mãos para fazer!
“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças” (Eclesiastes 9.10).
“Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens” (Colossenses 3.23).
Quando Boaz, dono dos campos onde Rute estava colhendo espigas, apaixona-se por ela desejando dar-lhe um futuro de conforto e paz, ela não se esquece de sua sogra. Mantém-se leal e inclusive ouve os seus conselhos para concretizar a aliança com seu futuro marido. Que exemplo de humildade e lealdade!
Por fim, Rute traz sua sogra para os caminhos de restituição e bênçãos que o Senhor havia preparado. Elas viram a boa mão de Deus agindo poderosamente em suas vidas, e o juramento de estarem juntas cumpriu-se!
Como precisamos ser leais às pessoas que estão ao nosso redor. Não podemos permitir que os momentos de fartura e provisão nos deixem esquecer daqueles que estavam ao nosso lado na hora da angústia e escassez.
Que em meio às fases de seca de nossas vidas possam surgir belos laços de amizades, pois “na angústia nasce o irmão” (Provérbios 17.17).
Deus abençoe!

Paola Budal
Esposa de Pastor;
Professora dos cursos Mulher Única e Preciosas;
Discipuladora e palestrante.