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Como superei o diagnóstico de câncer do meu filho?

Como superei o diagnóstico de câncer do meu filho?

Ressignificar é dar um sentido diferente para algo, atribuir um novo significado para situações difíceis, transformar algo ruim em algo positivo e bom. É continuar vivendo com motivação, otimismo, fé e força.

Dia 17 de junho de 2022 foi o dia que o Senhor preparou para me despertar, para me usar, para cumprir suas promessas em minha vida. Ele tocou naquele que eu mais amo, Ele usou a vida, a saúde do meu pequeno filho Benjamin para me alcançar, e através da vida dele estou aqui hoje, escrevendo esse artigo com a intenção de alcançar muitas vidas e quem sabe ajudar você a ressignificar seu momento de dor, de tristeza, de luto e sofrimento. Meu objetivo é edificar a sua vida através do meu testemunho.

Benjamin é como um raio de sol dentro da nossa casa. O Bê sempre foi uma criança saudável e desde muito pequeno é muito arteiro e espoleta. Uma criança com muita energia, entusiasmo, alegria e intensidade.  Jamais imaginaria que um dia meu filho tão saudável teria um diagnóstico de câncer infantil. Foi toda essa energia e disposição que camuflou durante provavelmente dois meses a doença.

Seu corpinho começou a dar sinais de que algo não estava bem em março de 2022, passamos por 6 médicos, exames de sangue e nada fechado. A angustia e a ansiedade para encontrar uma resposta só cresciam dentro do meu coração. Até que em um dia, uma sexta feira, cansada de não encontrarem nada de errado com ele, resolvi seguir meu coração de mãe e levá-lo ao plantão de um hospital aqui em Joinville. Lembro que falei para meu marido que eu não sairia do hospital sem uma resposta. Ao chegar lá, tinha alguém nos esperando, um anjo enviado por Deus, um médico oncologista. Médico oncologista no plantão? Me fiz essa mesma pergunta.

Deus coloca os anjos Dele onde precisamos e no momento que precisamos. Assim que entramos no consultório, em poucos minutos de consulta o meu chão abriu. O possível diagnóstico estava vindo. Foi ali naquela sala pequena e gelada que ouvi pela primeira vez a palavra câncer. Eu consigo me lembrar do medo que eu senti, consigo me lembrar do meu coração rasgando, do choro desesperado que eu não consegui segurar, daquele silencio que se formou em volta de mim, daquela sensação de impotência. O Bê internou naquele mesmo dia e daquele dia saímos só 32 dias depois. Foram os 32 dias mais difíceis da minha vida, mas também foram dias em que eu mais aprendi sobre o amor e cuidado de Jesus.

Muitas pessoas dizem que entregam tudo nas mãos do Senhor, mas quando o dia ruim chega de verdade elas não conseguem ficar sem questionar a Deus. Se colocam em posição de vítimas e jogam ao chão sua fé e esperança. O dia ruim pode ser um diagnóstico difícil, pode ser a morte de um familiar, um acidente, o fim de um relacionamento, a perda de um emprego, enfim, o dia ruim infelizmente ou felizmente chega para todos. O capítulo 121 do livro de Salmos fala sobre a proteção do nosso Deus, sobre o socorro, sobre livramento. Quando o dia ruim chegar na sua vida, não questione, apenas eleve sua cabeça para o alto, para o céu, a resposta, o cuidado vem de lá.

O Senhor está sempre disposto a nos ouvir, a estender as suas mãos, e Ele sempre fará o que for melhor para nós e não o que nós queremos porque nossa visão é limitada. Ele fará o que precisamos porque Ele já nos enxergou lá na frente. O meu dia ruim chegou e foi no dia 24 de junho, o dia em que recebemos o diagnostico fechado da doença, a doença já tinha nome e sobrenome: Leucemia linfoide aguda tipo T.

Nesse dia, foi exatamente nesse dia em que o nosso chão abriu novamente, não era mais uma probabilidade, já era uma certeza, o câncer tinha entrado em nossa casa. Algo sobrenatural aconteceu, pela primeira vez eu vi os céus se abrirem e as mãos poderosas do Senhor nos alcançarem, nos abraçarem. Estávamos em uma sala muito pequena, mas meu esposo e eu sentimos a gloria de Deus naquele lugar e uma paz. A paz que excede todo entendimento nos preencheu.

E naquela semana nós finalmente aprendemos o verdadeiro significado de entregar nas mãos do Senhor, de estar ali, dispostos a servir, mesmo na angustia, mesmo na dor, mesmo no dia ruim. O Bê, então, fez o exame de medula para saber qual a porcentagem de células doentes no organismo. O número foi de 41% de células doentes, com 15 dias de tratamento incluindo a quimioterapia esse número caiu para 0,04% de células doentes e com 1 mês de tratamento Benjamin estava curado, zerado de doença no organismo para honra e gloria do Senhor!

O Bê fez 8 meses de quimioterapia injetável, diversos exames de sangue, recebeu transfusão de sangue, fez vários procedimentos de quimioterapia na medula, encarou os enjoos durante o tratamento e em nenhum, NENHUM desses momentos nos sentimos sozinhos. A mão do Senhor esteve ali conosco. Hoje o Benjamin está em manutenção da doença, faz exame de sangue e consulta 1 vez ao mês e toma as medicações em casa. Frequenta a escola de forma normal, temos a nossa vida normal novamente.

O nosso deserto passou, escolhemos não fazer morada nele, escolhemos apenas passar por ele com o Senhor nos guiando, enfrentando um dia de cada vez com a certeza de que não estamos sozinhos e que tudo tem um propósito de Deus. Nosso objetivo hoje é transbordar na vida de outras pessoas.

Nosso Deus faz tudo de forma perfeita, Ele cuida de detalhes que nem imaginamos. Olhando para nosso testemunho, desde o início eu posso ver e sentir Deus em todos os momentos, Ele cuidou de tudo e continua cuidando de nós, porque Ele é o centro das nossas vidas. Tudo, absolutamente tudo entregamos nas mãos dEle.

Por,

Marjorie da Rosa Olinquevicz
Fisioterapeuta especialista em Pediatria, Neonatologia e Neuropediatria;
Membra da IEADJO Costa e Silva setor 13.