
Impedimentos da oração eficaz: a falta de perdão
O perdão é algo essencial na vida do cristão. É impossível caminhar com Jesus e não ser constrangido a adotar esta prática em nossos dias. O próprio Jesus, quando foi nos ensinar a orar, falou: “e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”.
Ou seja, o perdão maior veio do Pai para nós, visto que estávamos mortos em nossos delitos e pecados. Deus, em sua infinita misericórdia, nos comprou por alto preço, deu o seu próprio Filho a fim de estender a nós o perdão. Ora, se somos filhos de Deus e queremos ser imitadores de Cristo, devemos então perdoar da mesma maneira como fomos perdoados.
Perdoar é um ato de misericórdia. Dito isso, temos em mente que vivemos em um mundo caído. O resultado do pecado nos tornou pessoas que ferem e são feridas. Coisas acontecem ao longo da vida, palavras são mal direcionadas, relacionamentos acabam do dia para a noite, e vidas são para sempre marcadas pela amargura e pelo ressentimento. E tudo isso resulta em uma vida de oração fraca e insalubre.
O diabo também sabe que um coração humilde e perdoador agrada ao coração de Deus, e ele tem feito um grande estrago na vida de muitos cristãos, criando mágoas, intrigas e feridas, construindo barreiras mentais e emocionais nos irmãos. A falta de perdão faz com que a nossa vida de oração se torne infrutífera — e tudo o que não dá frutos, eventualmente, acaba morrendo. Existe uma antiga frase de um autor desconhecido que diz: “Guardar mágoa é como tomar veneno esperando que a outra pessoa morra”.
Acho isso uma verdade grandiosa. Se partimos do pressuposto de que não queremos perdoar como uma forma de punir alguém, não faz muito sentido, já que a falta de perdão afeta totalmente a nossa vida — não a do outro. E é assim, sutilmente, que muitas vidas de oração estão sendo extirpadas. Orações feitas com um coração rancoroso não podem ser ouvidas por um Deus cujo padrão é o de perdoar. Jesus, em seu ministério, ensinou-nos diversas vezes sobre isso.
Em Mateus 18.21–22, lemos: “Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.” A matemática de Deus é simples: a vida de quem quer seguir a Jesus é uma vida de perdão. Através da Palavra de Deus, entendemos que o perdão não vem de um mero sentimento.
Eu não “sinto” vontade de perdoar meu cônjuge. Eu o perdoo porque sei reconhecer o pecado que também habita em mim — o pecado que também me separou de Deus um dia — e então me lembro do perdão que tão docemente me foi estendido, quando eu também era merecedora do inferno.
Quando olhamos a partir da perspectiva do Céu, nos damos conta, no final, de que todos, sem exceção, somos alvos da misericórdia, e o Senhor nos fez com a capacidade de perdoar qualquer ofensa. Querida irmã, a Palavra de Deus nos capacita a perdoar como estilo de vida, a olhar para as situações de uma perspectiva eterna e não terrena.
À medida que vamos crescendo espiritualmente e nos tornando maduras na fé, entendemos que uma vida saudável de oração requer um coração humilde e quebrantado. E um coração quebrantado sempre perdoa. Se você sente que sua oração não tem gerado resultados, talvez seja o momento de fazer uma avaliação.
Peça ao Senhor para que Ele sonde o seu coração e te ajude a perdoar todas as ofensas que um dia te entristeceram. Também devemos reconhecer diante de Deus as muitas situações em que nós ofendemos nossos irmãos, cônjuges e até mesmo filhos. Nosso amigo Espírito Santo tem poder para nos dar um coração renovado, pronto a perdoar e cheio de longanimidade.
Você pode ter uma vida de oração frutífera e cheia de contentamento, mas o primeiro passo é reconhecer aquilo que a está impedindo de frutificar. Deus espera que nos levantemos em oração para este tempo. Ele conta comigo e com você para esta grande obra. Mas, para estarmos de pé na batalha, é preciso começar de joelhos.
Que o Pai te encha de compaixão e misericórdia. Você foi chamada para frutificar!

Cálita Albuquerque Freitas Silva
Esposa de pastor;
Mãe do Isaac;
Serva de Deus;
Graduanda em Letras.