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Impedimentos da oração – Pecado não confessado

Impedimentos da oração – Pecado não confessado

“Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido surdo, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.” Isaías 59:1-2

Nem sempre a oração feita com fervor será atendida. E este não é um fato tão fácil de aceitarmos, já que – não poucas vezes – nos habituamos a viver na iniquidade achando que os sacrifícios religiosos serão suficientes para fortalecer nossa comunhão com o Senhor.

Talvez esta não seja a forma mais agradável de iniciar um texto, mas é a forma necessária para entendermos a mensagem: há uma urgência em nos voltarmos para o Senhor, alinharmos nossa vida à Sua Palavra e buscarmos a restauração da nossa comunhão com Ele. O Senhor deseja responder a nossa oração e, acima de tudo, deseja restaurar a comunhão conosco.

O texto de Isaías, mencionado logo acima, nos traz a denúncia do profeta em relação à maldade e a corrupção do povo. Os israelitas estavam enfrentando dificuldades e pareciam não compreender por que Deus não estava respondendo às suas orações e livrando-os dos seus problemas.

Isaías responde dizendo que o problema não está na capacidade de Deus de agir (“sua mão não está encolhida”) nem na sua capacidade de ouvir (“seu ouvido não está surdo”). O verdadeiro problema era o pecado do povo, que havia criado uma barreira entre eles e Deus. A iniquidade havia afastado a presença do Senhor, tornando suas orações ineficazes. 

Isaías não estava se dirigindo a ímpios ou a pessoas que não conheciam a Deus, mas ao próprio povo escolhido. E isso nos traz uma lição: muitas vezes, acreditamos que Deus deixa de responder apenas às orações daqueles que não O servem. No entanto, essa passagem nos mostra que até mesmo as súplicas do Seu povo podem ser ignoradas quando há pecado não confessado.

A razão para isso é clara: para o Senhor, a obediência vale mais do que qualquer sacrifício (1ª Samuel 15.22).

Podemos passar horas em oração, mas se nosso coração ainda abriga raízes de pecado – como arrogância, falta de perdão, ausência de amor, injustiça e muitas outras práticas que só destroem e não edificam – e nós não as reconhecemos e nem as confessamos diante do Senhor, nossa oração se tornará vazia. 

Provérbios 28:13 nos ensina que “aquele que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas quem as confessa e as abandona alcançará misericórdia.” O desejo de Deus é purificar nosso coração, libertando-nos de tudo o que nos aprisiona e nos impede de avançar em Sua vontade.

Quando confessamos nossos pecados e nos afastamos daquilo que nos escraviza, recebemos a misericórdia, que não apenas nos restaura, mas também nos conduz a uma vida transformada e, mais do que isso, uma verdadeira novidade de vida.

É necessário um exame sincero do nosso coração e das nossas atitudes diante de Deus. Não basta manter uma aparência de espiritualidade se o nosso interior permanece distante da vontade do Senhor. Precisamos, com humildade, reconhecer nossas falhas, confessar nossos pecados e buscar uma mudança genuína de vida.

Isso significa abrir mão do que desagrada a Deus, restaurar relacionamentos, abandonar práticas injustas e nos comprometer com uma vida de obediência e santidade. Ao fazermos isso, não apenas restauramos nossa comunhão com o Pai, mas também nos tornamos canais vivos da Sua graça, não só para nós, mas também para os que estão ao nosso redor.

Por,

Mayara Hoffmann
Jornalista;
Professora da EBD;
Co-autora do livro “Chamadas para Servir”.