
JESUS, A ÁGUA DA VIDA
O encontro entre Jesus e a mulher samaritana, narrado em João capítulo quatro, é um dos relatos mais profundos sobre a revelação do amor e da graça de Deus. Não é só sobre uma conversa à beira de um poço, mas de um divisor de águas que transforma a vida velha de alguém para uma nova vida que salta para eternidade.
A mulher samaritana é uma pessoa comum com suas frustrações e uma vida cotidiana similar a nossa, mas enxergando pela ótica de Jesus compreendemos a natureza cheia de compaixão que Ele tem e como Deus pode transformar um pecador em um verdadeiro adorador.
A narrativa começa com Jesus, cansado da caminhada, parando no poço de Jacó, ao meio-dia. Este detalhe é relevante, pois o horário revela que essa mulher estava evitando encontrar outras pessoas. Naquele tempo, as mulheres costumavam buscar água pela manhã ou no fim do dia, e o fato dela estar sozinha mostra que provavelmente era malvista e estava se isolando por sua vida conjugal conturbada.
Quando Jesus pede água, Ele quebra não apenas uma barreira cultural (judeus não falavam com samaritanos), mas também uma barreira em relação ao gênero (rabis não se dirigiam a mulheres em público) e uma barreira moral (ela era considerada pecadora). Jesus se aproxima, não com condenação, mas com interesse pela sua salvação.
Durante a conversa, Jesus a conduz da superficialidade para a profundidade espiritual. Ela fala da água do poço, mas Ele oferece “água viva”, que a saciaria para sempre. A mulher, ainda sem entender, pensa em água física, mas estrategicamente Jesus conduz o diálogo para uma dimensão mais profunda e espiritual. Afinal, a água que ela buscava saciaria a sua sede temporariamente, mas a água viva, isto é, CRISTO, a saciaria eternamente.
Quando chega no ponto que Jesus toca em sua história pessoal, revelando que ela já teve cinco maridos e vivia com um sexto homem que não era seu marido, ela o considera como profeta dando a entender que esse recente relacionamento não era conhecido por ninguém ainda. E, pouco a pouco, essa percepção vai amadurecendo até ela declarar que espera o Messias e ouvir dos lábios de Jesus: “Eu sou, eu que falo contigo.”
Essa mulher rejeitada, se torna a primeira a ouvir de forma direta a revelação messiânica de Jesus. Jesus fala sobre a adoração verdadeira, aquela que não se prende a geografia ou lugares, mas acontece “em espírito e em verdade”. E, finalmente, ela deixa seu cântaro e corre para a cidade, tornando-se uma evangelista, uma testemunha, alguém que já não foge das pessoas, mas as convida a conhecerem aquele que lhe disse tudo sobre sua vida.
Jesus não rejeita ninguém pelo seu passado ou pelo seu presente, mas o que aprendemos diretamente com essa história é que Ele está interessado em mudar o futuro de todas as pessoas.
Só Jesus é capaz de transformar as dores, os traumas, as rejeições e todo o caos que alguém já viveu e fazer disso um testemunho para salvar e ajudar outras pessoas. Jesus é a água viva que sacia o sedento, o perdoando, o salvando, e ainda por sua graça e amor o destinando para herdar a vida eterna com Ele.

Naya Bandeira
Esposa de Pastor;
Pregadora.