Artigos

  • Home
  • Artigos
  • MAIO LARANJA – A luta contra o abuso sexual
MAIO LARANJA – A luta contra o abuso sexual

MAIO LARANJA – A luta contra o abuso sexual

“Deixai chegar a mim as crianças… delas é o reino dos céus.”

Mateus 19.14

A Bíblia nos mostra o valor que as crianças têm para Jesus e qual a relação entre Ele e os pequeninos. Com a atitude de chamá-las para junto de si, abençoando-as, Ele nos convida a refletir sobre os cuidados e atenção que as crianças e os adolescentes necessitam.

O mês de maio é chamado MAIO LARANJA, pois é o mês onde enfatiza-se a Campanha de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Alguns dados precisam ser conhecidos:

– Um em cada sete adolescentes brasileiros em idade escolar já sofreu algum tipo de abuso sexual ao longo da vida (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar – IBGE, 2019).

– O Brasil tem 76% dos pedófilos do mundo, ocupa 4° lugar mundial no consumo de pedofilia, é o líder de portais com conteúdo pornográfico infantil e a cada 8 minutos uma criança é violentada no território nacional (Diário de Pernambuco, 2015).

– Todos os anos 500 mil crianças e adolescentes são explorados sexualmente no nosso país e há dados que sugerem que somente 7,5% dos dados cheguem a ser denunciados às autoridades, ou seja, estes números, na verdade, são muito maiores (maiolaranja.org.br).

A pedofilia ocorre em tão expressiva quantidade que já é considerado um problema de saúde pública, devido aos sérios prejuízos cognitivos e psicossociais causados às vítimas, menores indefesos.

A maioria dos abusos sexuais é cometido em casa e por pessoas conhecidas da vítima. Os abusadores prometem presentes, são amorosos e conquistam a confiança da vítima, depois, começam a falar sobre sexo, pornografia, fazer brincadeiras eróticas, a pedir para passar as mãos nas partes íntimas da criança e até mesmo chegar à penetração. 

Agressores sexuais são manipuladores, peritos em conquistar a confiança das crianças. Eles as confundem, fazem que ela se sinta responsável pelo que está acontecendo, fazendo a criança acreditar que entrará em apuros e ninguém acreditará nela ou será levada embora e colocada em um abrigo, sem nunca mais ver os pais se contar o que aconteceu.

O que fazer?

 – Estabeleça limites saudáveis para nossas crianças e adolescentes, bem como para pais, parentes e estranhos.

Fale sobre sexualidade, o problema está em nós cristãos pensarmos que vamos “manchar” a inocência dos nossos pequenos por isso, evitamos falar de sexualidade. Falar de sexualidade, não é falar do ato sexual em si, mas dar-lhes informações e conhecimento para protegerem a si mesmos quando não estamos por perto. Ensinar sobre sexualidade tem a ver com o olhar, o falar, o vestir, o jeito de se comportar, os afetos e sentimentos. Precisamos conversar com eles sobre isso, defendê-los, não é função deles, mas a nossa! Não terceirize a responsabilidade de conversar com eles sobre esses assuntos.

Fique alerta com as redes sociais, vigie as fotos publicadas pelos nossos adolescentes, se forem, por exemplo, fotos sensuais, explique o quanto isso pode atrair pessoas perversas.

Observe quem são os amigos e os ambientes que eles frequentam. Mesmo na igreja, você deve saber quem está com eles e quem são seus líderes.

Esteja atento aos sinais de abuso: medo, vergonha, agressividade, violência, sintomas físicos, pesadelos, entre outros.

Denuncie:

  •         Conselho Tutelar que é o encarregado pela sociedade para zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente e encaminhará o caso para a autoridade judiciária (Ministério Público ou Juizado) e policial (Delegacias) para as devidas providências.
  •         Disque 100 ou Disque Direitos Humanos, é um serviço de proteção vinculado ao Governo Federal que recebe, analisa e encaminha denúncias de violações de direitos. As denúncias são acolhidas via contato telefônico, e posteriormente encaminhadas aos órgãos competentes para averiguação.
  •        Proteja Brasil é um aplicativo gratuito que permite o engajamento de qualquer pessoa na proteção infantil. Através da plataforma, o usuário pode registrar denúncias anônimas, localizar os órgãos de proteção mais próximos e se informar sobre as diversas formas de violência contra crianças e adolescentes. Todas as ocorrências feitas no app são encaminhadas instantaneamente para a central de atendimento do Disque 100.
  •       Delegacias convencionais e Delegacias de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA), todas as unidades policiais têm o dever de registrar denúncias de violência infantil, encaminhá-la aos órgãos competentes e oferecer o primeiro suporte ao denunciante.
  •        CREAS e CRAS, os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) ofertam serviços de proteção básica à população em geral. Já os Centros Especializados de Assistência Social (CREAS) acolhem famílias e pessoas em situação de risco ou tiveram seus direitos violados, prestando atendimento de média complexidade, como o suporte psicossocial à criança e adolescentes vítimas de abuso. Dessa forma, ambos são aliados no combate à violência infantil. Para solicitar ajuda ou denunciar, entre em contato com a unidade mais próxima.
  •        Os serviços públicos de saúde (UBS, Ambulatórios e Hospitais) estão preparados para acolher pessoas em situações de violência sexual infantil. Nestes casos, o atendimento não está condicionado à prestação de Boletim de Ocorrência ou exames da perícia. Conforme a Lei 12.845/13 – Lei do Minuto Seguinte, após a violência sexual, o mais importante a ser realizado pela área da saúde é o processo de cuidado, pois existem ações preventivas de gravidez e infecções que devem ser realizadas em até 72 horas depois da ocorrência.

 

Ore pelas nossas crianças e adolescentes constantemente. Nosso exemplo de fé é mais poderoso que nossas palavras de fé.

SEJA MISSIONAL!

Crianças e adolescentes vitimizadas sexualmente costumam não conseguir falar sobre os abusos sofridos, pois isso gera grande ansiedade decorrente da vergonha, sentimento de culpa, medo de ser punida, medo de ninguém acreditar nelas, portanto, as vítimas podem permanecer em silêncio e sofrimento por anos. 

Entretanto, aquilo que não é posto em palavras é manifesto através de diversos sinais e sintomas. Diante desses comportamentos expostos ou alguma desconfiança de que haja abuso sexual, como pais zelosos ou adulto responsável, devemos trazer as crianças e adolescentes para perto e questioná-las com carinho se algo aconteceu e/ou está acontecendo. 

Se forem acolhidas de maneira adequada, sentiram um clima favorável e confiaram nesse adulto para revelar qualquer problema que possa estar vivenciando.  O acolhimento e a compreensão são extremamente importantes para elas, esse é o primeiro passo que conduzirá a um processo de cura, cabe a nós acreditarmos em suas palavras, ajudá-las e seguir as orientações acima citadas.

Deixai chegar a ti as crianças e adolescentes!

 Assim como a Bíblia nos mostra o valor que as crianças têm para Jesus, seja uma mulher missional. Converse com as crianças e adolescentes sobre esse assunto, escute-as, aconselhe, ore, ajude-as e denuncie caso necessário. 

INDICAÇÕES DE LITERÁRIAS SOBRE O TEMA:

  •         Deus Fez Tudo em Mim – Justin S. Holcomb e Lindsey A. Holcomb
  •         O Segredo da Tartanina – Alessandra Rocha Santos Silva
  •         Educando Meninos – James Dobson
  •         Educando Meninas – James Dobson
  •         Ensinando a Sexualidade Saudável aos seus Filhos – Jim Burns
  •         Instruindo o Coração da Criança – Tedd e Margy Tripp
  •         Não me Faça Contar até Três! – Ginger Plowman
  •         Resgatando a Paternidade – Nilson Dias
  •         Sempre Alerta – Deepak Reju
  •         Beleza em Vez de Cinzas – Joyce Meyer

 

 

Por,

Acadêmica de Psicologia
Esposa de Pastor Setorial em Joinville
Coordenadora do Departamento de Cursos para Família da IEADJO
Palestrante nas áreas de casais, mulheres, jovens e adolescentes
Instagram @francielelagos