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Ao refletirmos sobre como mulheres cuidam de outras mulheres, especialmente no discipulado feminino, logo nos vem à mente a história da personagem Noemi. História está descrita no 8º livro da Bíblia Sagrada, de nome Rute. Se você ainda não leu esta história, vale a pena ler, ou reler, agora com uma perspectiva missional de uma mulher que exercia o discipulado feminino em tempo integral. 

A história conta a respeito do relacionamento entre Noemi e Rute, uma sogra e sua nora, as quais renomeamos, a primeira de uma discipuladora e a outra discipulada. Conta a História que Noemi fica viúva com dois filhos, e eles se casam com mulheres moabitas, e isso significava que elas não tinham a mesma “cultura que Noemi” e que “não foram ensinadas em casa a adorar ao Deus Único e verdadeiro”. 

Passado um tempo os filhos de Noemi também morrem. E Noemi fica só com as duas noras, sendo que uma delas, Órfã, deixa Noemi e volta para sua terra. Ao passo que Rute, a outra nora, permanece ao lado de Noemi declarando à ela que: “…O seu povo será meu povo, e o seu Deus será o meu Deus” (Rute 1:16 b).

É uma história recheada de ensinamentos maravilhosos, dentre eles, destacamos algumas lições essenciais para mulheres que cuidam de mulheres, que tem uma vida missional de prática do discipulado feminino.

Um dos principais ensinamentos desta História extraímos ao pensar sobre: – O que fez Rute, essa mulher jovem, deixar a sua cultura e ser discípula do Deus verdadeiro? Com certeza a conduta e os ensinamentos de Noemi foram relevantes para a escolha de Rute. E seguramente Rute teve em Noemi uma discipuladora incrível e quis seguir seus passos.

Na cultura Judaica, o discípulo é também chamado de Talmid, ou seja, aquele que segue seus passos, e pela história narrada fica claro que Rute escolheu seguir os passos de Noemi, inclusive faz uma confissão da mesma fé. Noemi é uma discipuladora que se discípula com sua vida na integralidade. Uma discipuladora missional.

Uma das características desse discipulado praticado por Noemi é a autenticidade. Percebe-se que Rute teve bastante tempo para observar Noemi, ler sua vida, observar suas práticas diárias de oração e as suas respostas emocionais diante das adversidades e das alegrias. 

Elas caminhavam juntas, e é assim que deve ser uma mulher discipulando outra mulher. Ela deve caminhar com quem está discipulando como uma autêntica serva de Deus, a ponto de deixar-se ser observada nas alegrias e nas adversidades. Sim, nas adversidades também, porque é nesses momentos que a discipuladora, tem a oportunidade de mostrar sua fé em Nosso Deus, mostrar sua humanidade, mas também sua força, sua crença e seus valores. 

Noemi participou do casamento dos filhos e são momentos alegres, mas também viveu privações, pois o texto da História conta que eram tempos difíceis. E em tudo Noemi tinha a oportunidade de discipular e ensinar.

Aliás, o dom do ensino com amor e paciência é outra característica que nos salta aos olhos na vida de Noemi, assim como deve ser uma característica de uma mulher que cuida de mulheres. Noemi ensinava com paciência e amor, pois as duas noras eram estrangeiras e nada sabiam sobre as práticas de adoração ao Deus Único. 

Fico imaginando com quantas perguntas Noemi foi interpelada pelas noras e creio que esclareceu todas as dúvidas a ponto de a nora desejar seguir o mesmo caminho de adoração e deixar seus falsos deuses. 

Mulheres são inteligentes e gostam de perguntar, e uma discipuladora de mulheres precisa ser paciente e amorosa com aquela que será discipulada pois ela não teve a mesma cultura que a discipuladora. 

Discipular é ensinar as escrituras sagradas, é interpretar o texto bíblico de uma forma que seja de fácil compreensão ao que está tendo contato com a Bíblia pela primeira vez, ou está sendo novamente integrado à família de Cristo. Discipule com paciência e amor!

Também, o amor genuíno, era uma das marcas de Noemi como discipuladora. Amor genuíno é como aquele fogo que arde no peito e que incendeia todo mundo que está por perto. Somente quem tem um amor genuíno pode incendiar outra pessoa, e foi exatamente isso que aconteceu com Rute ao caminhar com Noemi. 

Rute foi incendiada pelo amor à Deus que saia da vida de Noemi ao ponto de querer o Deus Dela para sua vida. Penso em quantas histórias de experiências com Deus Noemi deve ter contato para Rute a ponto de ela desejar abrir a porta de seu coração ao Deus verdadeiro e deixar sua velha vida para trás. 

Assim deve ser uma discipuladora de mulheres, deve ser uma carta viva. Deve ser uma mulher que não só discipula falando, mas em tudo o que faz transpira amor à Deus, e todos percebem e querem estar perto dela. Assim era a vida de Noemi, e Rute queria estar perto dela.

O impacto que Noemi causou na vida de Rute, através de seu testemunho de vida, ensinamentos e direcionamentos, foi tão expressivo que Rute casou-se com Boaz, teve um filho e esse seu filho entrou na genealogia de Jesus Cristo (Mt 1:5). E Noemi, a discipuladora, tem participação no encontro de Rute e seu esposo, com conselhos sábios.

Essas são algumas das características que as mulheres devem ter ao cuidar de outras mulheres. O apóstolo Paulo descreve em Tito 2:3-5 que as mulheres mais velhas devem ensinar as mais novas, e isso não se refere somente à idade biológica, mas ao tempo de fé. Interpretando o versículo da ordenança às mulheres: Que as mulheres com mais tempo de fé discipulem as mulheres mais novas.

A luz dessa ordenança, exemplificado pelo relato da influência de Noemi na vida de Rute, oro para que este artigo te encontre e te encoraje a responder à essa ordenança que é seu santo chamado missional de ser uma discipuladora feminina e impactar a vida das mulheres que te rodeiam!