Artigos

O poder das palavras (Mateus 15:11)

O poder das palavras (Mateus 15:11)

Não existe nada mais desafiador do que falar sobre o poder que tem aquilo que sai da nossa boca. É tão forte que muitas pessoas tendem a fugir do assunto quando ele é abordado, apenas porque não querem arcar com a responsabilidade de mudar hábitos, pensar mais e controlar – em um bom português – a língua.

Mas há uma urgência, que sempre existiu, de tratarmos tudo o que falamos no dia a dia com mais seriedade, afinal, O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai dela.” (Mt 15.11).

Jesus disse isso em um diálogo com os escribas e fariseus, que tinham um cuidado extremo em preservar a interpretação oral da lei, mas que não eram vigilantes com o seu próprio coração. 

Para os fariseus e mestres da lei, a tradição era basicamente uma missão de vida. Eles estavam tão obcecados em executar regras, que não conseguiam cumprir os mandamentos mais simples, então, Jesus os repreende. 

A pergunta que nos fica é: quantas vezes temos sido como os fariseus? Quantas vezes, por dia, agimos como eles? Prontas em encher a boca para ditar e cumprir regras exteriores, mas tardias em vigiarmos e realizarmos o básico que exige o Evangelho?

O sinal de alerta precisa acender em nossa vida, quando cuidamos em nos apresentar publicamente “pomposas”, desenvolvemos boas obras para que os outros vejam, procuramos mostrar que (veja que digo ‘mostrar’, e não ‘ser’) somos mulheres de oração, estamos preocupadas demais em cumprir as regras apontando o dedo para a falha do outro, mas olhamos muito pouco – ou quase nada – para o que há dentro de nós. Que grande perigo!

As palavras têm o poder de fazer um grande bem ou um grande mal. Como Tiago escreveu a respeito de nossa língua: “Às vezes ela louva nosso Senhor e Pai, e às vezes amaldiçoa aqueles que foram feitos à imagem de Deus. Da mesma boca procedem bênção e maldição.” (Tiago 3:9).

O poder das palavras é algo que muitas vezes subestimamos. Acreditamos que nossas palavras são apenas sons ou letras sem consequências reais, mas a verdade é que elas têm um impacto significativo naqueles que as ouvem – e até em nós mesmas. 

Palavras podem trazer cura ou destruição, encorajamento ou desânimo, amor ou ódio. Elas têm o poder de influenciar nossa autoestima, nossos relacionamentos, nossas escolhas e até mesmo nossa saúde mental e emocional.

Com isso, podemos chegar à conclusão que, muitas vezes, a tristeza, o desânimo, ou algum problema emocional que estamos sentindo, nem sempre é ordenado por uma opressão, mas por aquilo que temos reproduzido diariamente. Em Provérbios 18.21 está escrito que: “A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto”.

Nós, como servas de Cristo, devemos ter a atenção diária de produzir aquilo que é correto, palavras de amor, de bênção e de gratidão. Se por acaso vir no pensamento a vontade de reproduzir maldição, devemos ter autoridade para bloquear e levar nosso pensamento cativo à obediência de Cristo (2Co 2.10)

Obviamente não somos perfeitas, haverá momentos em que a vontade de proferir algo não agradável parecerá ser mais forte que nós, mas é por isso que Jesus nos deixou o Espírito Santo, aquele que nos guia, nos transforma e nos enche de autoridade para fazermos o que é certo. 

Se você se encontra nessa situação, não tenha receio de se achegar aos pés do Senhor e pedir força para mudar os seus hábitos e usar com mais prudência as suas palavras. O Espírito Santo está disponível para operar a boa obra em nós se permitirmos. Dessa forma, teremos uma vida mais plena, próspera e abençoada.

Que Deus te dê graça e te auxilie nessa caminhada!