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O que acontece após a morte?

O que acontece após a morte?

A morte é uma realidade para todas as pessoas, sendo uma consequência da desobediência de nossos pais no Éden: “[…] porque no dia em que dela comeres, com toda a certeza morrerás!” (Gn 2.16). Apesar disso, podemos ter esperança de que a morte não é o fim. Existem várias promessas para aqueles que depositam sua fé no Salvador, sendo uma das minhas favoritas as palavras ditas por Jesus em Jo 14.2: “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.”

Nós só temos direito a um lugar de descanso após a morte porque Cristo se fez maldição e pagou as nossas dívidas pelos nossos pecados. Com Ele, não precisamos temer a hora da morte. “Embora tenhamos a redenção dos nossos pecados, vivemos em um mundo caído onde as consequências do pecado não foram eliminadas completamente, sendo a morte o desfecho da vida.” Mas sobre este fato, Paulo afirma: “O último inimigo a ser destruído é a morte.” (1 Co 15.26).

O que acontece depois da morte? A morte é a interrupção temporária da vida no corpo e a separação da alma do corpo. Quando um cristão genuíno morre, sua alma vai imediatamente para a presença de Deus, cheia de alegria, ainda que seu corpo permaneça na terra e seja sepultado ou cremado.

Apesar de a Bíblia não deixar muito explícito o que acontece no estado entre a morte e ressurreição, temos a plena convicção de que, além de bênçãos terrenas, há muito mais por vir. Paulo, orientando o povo Coríntio, disse: “Sabemos que, se for destruída a temporária habitação terrena em que vivemos, temos da parte de Deus um edifício, uma casa eterna nos céus, não construída por mãos humanas” (2 Co 5.1).

Ele ainda teve a ousadia de dizer que o viver é Cristo e o morrer é lucro (Fp 1.21) e, muitas vezes, demonstrou seu desejo de estar no céu de glória: “Preferindo deixar o corpo, e habitar com o Senhor” (2 Co 5.8), “tendo o desejo de partir e estar com Cristo” (Fp 1.23).

Purgatório: A Bíblia não ensina a doutrina sobre o purgatório. Segundo esse dogma, o purgatório é o lugar onde a alma do cristão é purificada do pecado até que esteja pronta para ser aceita no céu. Além de não ter inspiração divina, é uma falácia, pois ensina que é necessário acrescentar algo à obra redentora de Cristo, como se o Seu sacrifício não fosse suficiente para pagar a pena por todas as nossas iniquidades.

Sono da alma e reencarnação: Outra doutrina errada é a que diz que os cristãos entram em um estado de inconsciência quando morrem. Geralmente, esse equívoco acontece pelo fato de a Bíblia citar várias vezes o estado de morte como “dormir” ou “adormecer” (Mt 9.24; 27.52; Jo 11.1; 1 Co 15.6). Grudem explica: “[…] quando as Escrituras falam da morte como “dormir”, trata-se apenas de uma metáfora usada para indicar que a morte é apenas temporária para os cristãos, como é temporário o sono.”²

No texto do monte da Transfiguração (Mt 17.1-13), Moisés e Elias aparecem plenamente conscientes, chegaram a conversar com Jesus. Eles haviam morrido há séculos, mas “(…) eles estavam em uma forma espiritual, desencarnada e consciente.”³ Outra questão é sobre a reencarnação, sobre isso podemos dizer que a Bíblia nos traz promessas de ressurreição (ressurgir, voltar à vida) e nunca de reencarnação (voltar a encarnar).

Veja o que ela diz: E, acerca da ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó?” Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos (Mt 22.31,32). Após a morte, o homem tem apenas dois destinos: descanso ou tormento eterno. Sobre isso, o autor aos Hebreus disse: “Da mesma forma, como o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo” (Hb 9.27).

Um lindo céu: Paulo teve a extraordinária experiência de ver o céu “do lado de dentro”: “E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar” (2 Co 12.3-4). Ninguém sabe como será o dia de sua morte.

Todos sabem sua data de nascimento, mas o amanhã, quem pode prever? Porém, há uma certeza para aqueles que creram no Evangelho e entregaram suas vidas a Cristo: de que não enfrentarão a morte sozinhos, e, por isso, não há motivo para temer, pois aquele que fez a promessa é fiel para cumpri-la. “E quando eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (Jo 3.14).

Referências Bibliográficas:

¹ GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática: atual e exaustiva. São Paulo: Vida Nova, 1999, p. 680
² Ibidem, p. 688
³ GEISLER, Norman. Teologia Sistemática: Pecado, Salvação, a Igreja, as Ultimas Coisas. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 685

Por,

Paola Budal
Esposa de Pastor;
Professora dos cursos Mulher Única e Preciosas;
Discipuladora e palestrante.