
O valor da amizade
Quando pensamos nesse tema, muitos pensamentos permeiam nossa mente… “Um dos significados da palavra amizade é ‘sentimento de grande afeição’, enquanto ‘valor’ significa alto preço”. Logo, a primeira lembrança que vem à mente é do nosso melhor amigo, Jesus! Ele teve grande afeição por nós e pagou um alto preço para que tivéssemos a salvação. E como se isso já não fosse maravilhoso o suficiente, Ele nos convida a servi-lo. Mas em determinado momento, em Sua escritura, Ele nos diz… “Já não vos chamo de servos, mas sim de amigos!”
Então, entendemos que nosso Senhor, desde a antiguidade, sonhava em ter um relacionamento de amizade sincera com os seres humanos. Aquela amizade de compartilhar tudo, de conversar todos os dias, de saber como estamos, como foi nosso dia, se estamos tristes, alegres, se temos alguma dificuldade ou até mesmo alguma novidade para contar! Isso Ele representava para nós desde a criação, em Suas conversas diárias com Adão.
Fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, portanto, esse sentimento de compartilhar, de estar rodeado por pessoas, de querer criar laços mais profundos, vem Dele, e isso é bom, porque não nascemos para sermos uma ilha.
O Salmo 133, versículo 1, diz: “Oh, quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!” Viver entre amigos, ter com quem compartilhar a vida é uma cura para nossa alma! A solidão e o isolamento trazem enfermidades tanto para nossa alma quanto para nosso corpo físico. E não estamos falando de querer ficar um tempo sozinhos para descansar, refletir, orar… Porque todos nós precisamos disso! Até Jesus, em um determinado momento, precisou ficar sozinho. Mas quando a angústia apertava demais, Ele ia até seus amigos. Assim, entendemos que podemos querer estar sós, mas isso não pode ser um sentimento contínuo.
Em Provérbios 17, versículo 17, encontramos o seguinte verso: “O amigo ama em todo tempo, e na angústia ele se torna um irmão”. Quem já experimentou esse versículo na prática sabe o quanto ele é verdadeiro. Existem momentos em que sozinhos jamais aguentaríamos, mas se temos um amigo de verdade ao nosso lado, passamos por todas as adversidades sabendo que estamos amparados por alguém que está disposto a se unir a nós e a lutar as nossas batalhas, ao ponto de se tornar para nós um irmão, às vezes até mais companheiro do que nossos próprios familiares de sangue!
Um exemplo claro é o de Davi e Jônatas, uma amizade forjada em lealdade, cumplicidade e honra! Eles tiveram um encontro marcado por Deus, pois um ajudaria o outro no propósito que Deus tinha para o povo de Israel. Algumas amizades adquirimos por afinidades, por compartilharmos locais comuns onde estamos inseridos. Outras encontramos por acaso e se tornam indispensáveis em nossa vida. Alguns encontramos na infância e continuam conosco até os dias de hoje, e há aqueles amigos que são um propósito de Deus para nós! Amigos que entendem nosso chamado, que oram por nós, nos impulsionam e, se necessário, nos protegem!
Isso é o que acontecia entre Davi e Jônatas. Mesmo sendo filho de Saul, o rei de Israel, quando Jônatas percebeu o intento de seu pai contra a vida de Davi, ele o protegeu, o avisou das emboscadas, ajudou nas fugas e intercedeu por seu amigo junto a seu pai. O laço e a amizade deles iam muito além da vida que estavam trilhando; eles prometeram honrar um ao outro mesmo após a morte. E foi o que aconteceu. Após a morte de Jônatas, quando Davi se tornou rei, ele cumpriu sua promessa, foi em busca de Mefibosete, o trouxe para o palácio e cuidou dele, honrando o acordo que havia feito com seu pai no passado.
Outro exemplo que temos é o de Rute e Noemi. Em meio à dor do luto, à angústia, solidão e à incerteza do amanhã, Noemi encontrou em Rute uma amiga que lhe deu forças para seguir em frente. Foi Rute quem tirou a amargura do coração de Noemi e trouxe um novo sorriso aos seus lábios e um cântico novo em sua boca. Onde se via o fim de uma geração, houve um milagre da parte de Deus, e o sonho da posteridade renasceu!
Na Bíblia, encontramos uma descrição do que é o amor em 1 Coríntios 13, versículos 4, 5 e 6. Neste texto, faremos uma substituição (não estamos alterando a Bíblia, jamais! Apenas queremos demonstrar o quanto é importante avaliarmos nossas amizades e a nós mesmos, como amigos). Deste modo, ficaria mais ou menos assim: O amigo sofre conosco, é benigno, não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal. Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade.
Se você encontrou alguém com essas qualidades, alegre-se no Senhor. Envie esse artigo para essa pessoa e faça-a se sentir especial. Se ainda não encontrou, ore ao Senhor, pois Ele sempre tem o melhor para nós. De uma coisa temos certeza: há um amigo que está conosco todos os dias. Ele nos ouve, não apenas chora conosco, mas também se alegra conosco. E Ele prometeu que assim o faria até a consumação dos séculos! Permita que esse amigo faça parte dos seus dias e desfrute de incontáveis bênçãos, cuidados e proteção!
“O Senhor é amigo dos que O temem e os ensina a Sua aliança” (Salmo 25, versículo 14).

Ana Paula Silveira Stahnke
Fisioterapeuta, pós graduada em Ortopedia e traumatologia;
Esposa do Ev Douglas Stahnke, mãe de três meninos;
Pregadora e professora do curso Mulher Única e Preciosas.