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Série: a Mulher e a vida Missional – Missão Transcultural

Série: a Mulher e a vida Missional – Missão Transcultural

V4. Era-lhe necessário ir a Samaria.

Quando pensamos em  Missão Transcultural, imediatamente vem a mente  a ideia de alguém que se dispõe por amor e em amor a romper limites culturais, permitindo-se ser inserido num contexto diferente do seu, para um propósito específico.  A descrição é simples, porém, esse ir é complexo, é resultado de renúncia, convicção, entrega, preparo e muito, muito amor.

Vamos à história da Mulher Samaritana.

  • Discernimento: Jesus entende que: é necessário ir a Samaria. V4
  • Humanidade: Chegando a Sicar, Jesus senta-se, cansado da viagem, junto a um poço, por volta do meio dia. V.5-6
  • Oportunidade: Chega ali uma mulher para tirar água, e Ele pede um pouco para beber. V.7
  • Reação: toda ação vai gerar uma reação, nesse caso, provocada pelo contexto cultural: “como sendo Judeu, pedes de beber a uma Samaritana?” (os judeus não se dão bem com os samaritanos, por uma serie de questões). V.9
  • Convicção de ser, estar e saber o que fazer: tenho a lhe dar água viva e nunca mais terás sede. V.10

Bom, dentre as obrigações domésticas que a mulher realizava nos tempos bíblicos, estava a de buscar água no poço, ou na fonte, e esse trabalho era normalmente realizado em dois horários: no início do dia, ou pela tarde, no fim do dia.

Por causa de sua forma de vida, aquela mulher não queria ser vista por outras pessoas, especificamente por outras mulheres.  A alta luminosidade do meio dia protegia a escuridão da sua alma.  Como Jesus disse a ela: já havia convivido com cinco maridos e o atual não era dela.

O que ela não esperava é que Jesus iria ao seu encontro, pois uma vida missional, como a de Jesus, exalava o entendimento de que, não é a indignidade de alguém que nos move, e sim a sua necessidade.

Deixa-me compartilhar rapidamente contigo minha experiência missionária em Angola/África, uma cultura completamente diferente da nossa, embora o idioma oficial seja o português. Lá pude conviver com mulheres que viviam em meio à guerra durante quase quatro décadas.

O maior número de órfãos e mutilados de guerra até então, Um ambiente completamente hostil, carente de tudo. Conheci mulheres mutiladas, no físico, e na alma, sobrecarregadas pelas dores  sofridas e vividas durante esse tempo de crueldade.

Durante muitas vezes me vi assentada junto a essas mulheres, ouvindo suas dores, e recebendo  direção do Espírito Santo, em como ministrá-las ativando dentro delas, o senso de auto valor, tão somente, por  serem imagem e semelhança do Deus vivo. É fácil acessar corações assim, num contexto adverso e inóspito?

Não é fácil, mas é plenamente possível. A temática “Uma vida mais missional”, sinaliza-nos claramente a questão do ser e então fazer.

Voltemos ao texto da Mulher samaritana. Ela foi ao poço para buscar água, e encontrou Jesus, que se apresentou como fonte de água viva. Ah, essa é uma grande referencia para uma vida mais missional, uma vida de missão transcultural.

Era necessário ir a Samaria por quê? Porque havia um pecador a ser perdoado, uma alma ferida a ser alcançada, uma barreira cultural a ser vencida, uma nova vida a ser saciada com água viva a ponto de se deixar derramar para outras e outras vidas.

É necessário ir a Samaria, por quê? Porque era chegada à hora de ressignificar a história de alguém.

Deus abençoe a ti e a tua família, em nome de Jesus. Um forte Abraço.

Por,

Viviane Campelo
Pregadora, palestrante , professora de teologia e capelã.