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O verdadeiro significado da Páscoa

O verdadeiro significado da Páscoa

A Páscoa é comemorada anualmente no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre no início da primavera, no Hemisfério Norte, e no outono, no Hemisfério Sul. No Cristianismo, é o momento em que se relembra a morte de Jesus Cristo, que ocorreu na sexta-feira, e sua ressurreição, que aconteceu no domingo, dia em que os judeus comemoram a Páscoa, a libertação da escravidão do Egito. 

Antes de sua morte, Jesus celebrou a última ceia e ao distribuir o pão e o vinho esclareceu que representavam seu corpo e sangue que seriam derramados sobre a terra para celebrar um novo testamento e para resgatar os pecados da humanidade (Mt 26:26-28).

A Páscoa representa a passagem da morte para a vida, de uma situação de escravidão para uma vida de libertação, tal como ocorre com a semente. Ela carrega a potencialidade de uma planta, um devir que depende de várias etapas, como ser plantada em terra fértil, germinar, crescer, ser polinizada, e, por fim, produzir a flor ou fruto. Para que a planta, que existe de forma latente na semente, possa nascer, o invólucro tem que se abrir, ou seja, a semente tem que morrer.

A situação humana não parece ser muito diferente, pois para alcançar a verdadeira vida, que é espiritual, precisamos reconhecer a Cristo como caminho, verdade e vida e enterrar os hábitos egoístas. Das nossas rupturas, sejam mentais, emocionais, físicas, financeiras ou sociais, nascem novos caminhos, novas forças e até mesmo uma nova vida. 

É um processo de transformação muito semelhante ao da planta, pois “se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto” (Jo 12:24). Assim como Jesus, precisamos passar pela morte para ressurgir em glória, pois a nossa imagem terrena tem que ser transformada pela imagem celestial (1Co 15:49) a qual nos foi por Ele revelada.

O apóstolo João esclarece que aos que recebem a Cristo, lhes é dado “o poder de serem feitos filhos de Deus” (Jo 1:12). Portanto, o ser humano é um filho de Deus em forma latente, é um vir a ser que se concretiza por meio de uma longa jornada de fé e de comunhão com Deus até “que Cristo seja formado em nós” (Gl 4:19). Esse andar com Deus se traduz em morte para as coisas deste mundo e renascimento no Reino de Deus que é puro amor e bondade. 

Portanto, este é o verdadeiro sentido da Páscoa: vida que nasce da morte!

 

Por,

Mariluce Rodrigues Schulze
Servidora pública estadual, bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Regional de Blumenau; Bacharel em Direito pela UniSOCIESC, pós graduada em Teologia pela Universidade Estácio de Sá;
Integrante do Círculo de Oração Feminino da IEADJO, templo Sede;
Professora do Curso Preciosas.