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Silenciando as vozes externas

Silenciando as vozes externas

“Levantando seus olhos ao céu, Jesus disse: ‘Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique… E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer.” (João 17:1-4).

Qual é a missão que Deus lhe confiou? Por que você está aqui e para quê? Você tem cumprido aquilo que Deus colocou em suas mãos?

Nos últimos anos, a palavra “propósito” ganhou destaque na vida das pessoas, até mesmo no meio profissional. Palestras e coaches buscam orientar as pessoas na descoberta desse propósito, com títulos como “Como descobrir seu propósito de vida” e “Perguntas que revelarão seu propósito de vida”.

Entretanto, para nós cristãos, o propósito de vida é algo que nos acompanha desde o momento de nossa concepção. Não porque isso seja uma exclusividade nossa, mas porque fomos gerados com um propósito e devemos cumpri-lo para nos apresentarmos diante de Cristo.

Lembra-se do hino da harpa que pergunta: “Posso, tendo as mãos vazias, com Jesus, me encontrar? Quantas almas poderia ao Senhor apresentar?”

Dentro desse contexto, deveríamos estar satisfeitos, com as ‘mãos no arado’, realizando exatamente aquilo para o qual fomos chamados, não é mesmo? Então, por que não funciona dessa forma?

Dentre vários pontos que poderíamos abordar, há um que, sem dúvida, tem nos atrapalhado muito em nossa jornada de obediência: o barulho externo. Vamos falar sobre isso.

O versículo citado no primeiro parágrafo faz parte da oração de Jesus, registrada em João 17, quando chegou a hora da crucificação.

Ao reunir-se com os apóstolos, Jesus primeiro entregou tudo ao Pai, reconhecendo que havia cumprido sua missão na terra. Em seguida, intercedeu por todos os cristãos, pedindo ao Pai que os guardasse em Sua Palavra e os livrasse do maligno.

Jesus é o exemplo claro de alguém que esteve aqui com um único propósito: revelar a glória do Pai às pessoas. Para isso, dedicou-se a compreender onde o Pai queria que estivesse e a fazer exatamente o que o Pai ordenava, sem permitir que o barulho externo o distraísse da missão.

Na caminhada, Jesus teve de lidar com diversas circunstâncias que poderiam afastá-lo ou distraí-lo do seu propósito. Tentações, perseguições, tristeza e, em algumas vezes, solidão. 

Não diferente de Jesus, também lidamos com inúmeras circunstâncias que podem nos impedir de avançar na missão que nos foi confiada. A lista é extensa, desde problemas pessoais até distrações com as bênçãos desta vida. Sim, até mesmo o que é bom pode nos desviar do caminho que devemos seguir.

Essas situações são, na verdade, ruídos externos que, quanto mais altos, mais nos impedem de ouvir a voz de direção, ordem e comando do Senhor para nossas vidas.

Não sei exatamente o que está atrapalhando você, mas meu conselho é: se percebe dificuldade em entender o que Deus está dizendo, é hora de silenciar as vozes externas e focar em uma única voz: a voz do Senhor para a sua vida.

Jesus conseguiu seguir sem ser confundido por tudo que enfrentou, e nós devemos buscar ser semelhantes a Ele.

Cada um de nós recebeu um dom especial, de acordo com o que Cristo deu (Efésios 4:7). 

Vejamos a história de Ester como exemplo. Criada sem os pais, Ester sempre foi obediente e submissa, permitindo que Deus cumprisse Seu propósito para um povo por meio dela.

Ester foi escolhida para livrar um povo da morte. Conhecendo a importância do jejum e da oração, ela venceu ao obedecer à voz de Deus e estar onde precisava estar.

A história de Ester é inspiradora, mas já pensou nos desafios que ela enfrentou? A quantidade de ruídos, como o medo, que poderiam tê-la impedido de ouvir a voz mais importante?

Ester não permitiu que o que acontecia ao seu redor a impedisse de cumprir sua missão. Era uma única missão.

Assim como Ester, Deus nos confia missões e desafios que não devemos, de forma alguma, ignorar ou abandonar por nos distrairmos com outras coisas em vez de prestar atenção à voz do Senhor.

Que, no grande dia, possamos dizer como Jesus: “Eu te glorifiquei”, reconhecendo que completamos a boa obra que o Senhor nos deu.

Por,

Mayara Hoffmann
Jornalista;
Professora da EBD;
Co-autora do livro “Chamadas para Servir”.